sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Rammstein - Historia



Formado em meados de 1994 em Berlim por seis egressos de bandas locais da ex-Alemanha Oriental, o Rammstein obteve um reconhecimento relativamente rápido em cinco anos, da Europa para o restante do mundo.

Não se sabe muito sobre Richard Kruspe (fundador – guitarrista), Paul Landers (guitarra), Flake Lorenz (teclados), Christoph Doom Schneider (batera), Till Lindemann (vocal) e Oliver Riedel (baixista), somente que todos manteriam profissões paralelas aos de músicos (Till Lindemann foi nadador profissional , inclusive). Suas influências confessas foram o metal e o tecnopop dos 80, que rolavam na Alemanha Oriental.

Depois de testes com letras em inglês, notou-se que o barítono do vocalista combinava melhor com as letras em língua pátria. A opção por cantar em alemão veio também do fato de eles não dominarem a língua – tanto que negam-se a dar entrevistas em inglês. Isso se converteu em uma característica da banda : fazer as coisas a sua maneira.

Em 1995 o primeiro disco foi gravado em Hamburgo em meio a muitas brigas internas, já que foram seis cabeças tentando impor idéias próprias. O resultado é Herzeleid, um disco em que o Rammstein apresenta suas características principais : metal e eletrônico em uma simbiose difícil de ser conseguida, ainda que em alguns momentos a balança pese mais para o metal, com direito a solos de guitarra furiosos (Weisses Fleich e Das Alte Leid).

Destaque para a faixa Rammsten, em que a letra em que simulam os sons de um acidente aéreo ( no caso, ocorrido na cidade de Ramstein, há cerca de 10 anos, em que morreram dezenas de pessoas), enquanto a letra descreve por breves imagens os resultados do desastre.

A capa de Herzeleid despertou acusações de uma suposto arianismo defendido pela banda – justo o Rammstein, que nunca gravou uma linha nem pronunciou nenhuma palavra sobre política. A foto traz os seis integrantes de torso nu, à frente de um girassol que se abre (uma nova raça nascente perguntaram jornalistas afoitos). Além disso, a pronúncia estilizada de Lindemann (com rr dobrados, tal qual Hitler), mais o clip de "Stripped" (cover do Depeche Mode, disponível em single e no álbum-tributo For the Masses), com imagens de atletas da época nazista, atiçaram a mídia alemã, mas tal acusação é infundada – e os músicos não ligam a mínima.

Por outro lado, ao enviar o Cd para o diretor David Linch, com a proposta de gravar um clip, a banda teve a grata surpresa de terem incluídas duas de suas faixas na trilha sonora do filme do diretor, Lost Highway (Heirate Mich e Rammstein). Participou também de trilha sonora a música Du Hast, do segundo álbum, Sehnsucht, de 1997.

Sehnsucht, gravado na Ilha de Malta em clima de tranqüilidade, rendeu uma turnê de quase dois anos. É disco que desenvolve muito bem algumas das propostas sugeridas em Herzeleid, tornando a mistura entre metal e eletrônico muito coesa, dosando ambas as influências, inclusive a faixa Du Hast foi incluída na trilha sonora do filme The Matrix, além de render à banda uma indicação ao Grammy em 99 como melhor performance de metal (quem levou foi o Metallica).

Sehnsucht, foi lançado enquanto a banda se apresentava pela Europa com públicos que variavam entre 10 mil e 30 mil espectadores. Assim que estreou, alcançou o primeiro lugar nas paradas alemãs e quase o alcançou na Suíça e na Áustria. Em semanas, Sehnsucht disputava de igual para igual posições no ranking europeu com Prodigy, Radiohead e Rolling Stones. Ganhou platina dupla na Alemanha, platina na Suíça e disco de ouro na Áustria, subindo no top 100 da Finlândia, Suécia e Hungria. Também completou uma mini-turnê de estréia pelos EUA, terminando em Los Angeles, explodindo o KDFDM e o Lords of Acid Fans. A excelente performance foi um excelente merchandising, e fez com que bandas como Foo Fighters alterassem as rotas de suas turnês para pegar a estréia da banda em L.A. Foram gravadas versões em inglês para "Engel", número 1 na Alemanha e "Du Hast", também no top 10, que fizeram imenso sucesso nos EUA.

Desde o início, a banda vem consolidando uma parentesco junto a conjuntos industriais, excursionando com os conterrâneos KMFDM, e com o Front 242 e o Clawfinger pela Europa, além da Family Values Tour, encabeçada pelo Korn e o Limp Biskit. Rob Zombie chegou a participar também, mas desistiu logo de cara, devida à má receptividade entre o público (lá o industrial não possui tantos fãs).

A turnê da Family Values foi apenas uma das várias incursões do Rammstein pelo mercado americano. Recentemente a banda excursionou como headliners juntamente com o Soulfly e o Skun Anasie. Provavelmente o próximo álbum, prevista para o início de 200 também renderá uma longa turnê.

Público brasileiro pode conferir o som dos alemães quando abriram par a turnê latino-americana do Kiss, em abril de 1999 (SP, RJ e porto Alegre). Como o show de abertura foi pouquíssimo divulgado, e como o som do Rammstein tem pouco a ver com o som do Kiss (apesar de a banda alemã ter recebido o convite do empresário dos quatro maquiados), sobraram críticas à banda. Houve os que gostaram e esse é o objetivo do Rammstein – tocar para diversos tipos de platéia.

Foi essa a premissa que justificou diversos shows na Family Values Tour sem o equipamento pirotécnico, proibido em alguns Estados americanos. Tanta flexibilidade, porém, não se aplica ao set list, posto que os números do show são muito bem planejados, inclusive um que já rendeu uma prisão de um dia para Till Lindemann e Flake.

Na música Bück Dich ("abaixa aí" , em bom português), descreve uma relação sadomasoquista e, no show, é acompanhada por uma simulação de sodomia entre Lindemann e Flake. É um número que impressiona, claro, mas os músicos justificam que fazem isso porque nenhuma outra banda teria coragem de fazê-lo.

A pirotecnia e o jogo cênico da banda é sua marca registrada. Till Lindemann disse que a banda prefere dar algo nas apresentações que o público não teria somente ouvindo o CD em casa, um intento a fim de recuperar o espetáculo no rock.

Para aqueles que não puderam conferir o show, há o recente "Live aus Berlin", em que o Rammstein mostra toda desenvoltura e é muito bem recepcionado na sua terra natal. Há também a versão em VHS (a censurada, sem Bück Dich, e a adulta, que é a versão americana, com a referida música). E há a versão em DVD, deleite para os fãs, com o show, mais entrevistas com músicos, gravações especiais do palco e trechos de clips. Os arranjos ao vivo dão maior vivacidade às canções, sem grandes modificações em relação às originais.

O Rammstein parece ganhar a simpatia crescente do público, enquanto muitos ouvintes mais conservadores se opõem a essa mistura industrial praticada por várias bandas durante anos 90. Sinal dos tempos, decadência do rock, ou uma renovação? Só ouvindo para decidir...

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